Toda infidelidade é uma traição?

Compreenda as diferenças

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Infidelidade e traição são conceitos distintos, mas ambos podem causar dor semelhante. Cada um deles fere um acordo que foi rompido, afetando diretamente a continuidade dos vínculos matrimoniais.

O que a infidelidade e a traição quebram?

Se você pensou “quebra a confiança”, concordamos nisso, porém a outro ponto.

O casamento é um contrato entre dois sócios da vida, que a partir do momento da assinatura dos papéis, aceitam conviver de forma amigável segundo diretrizes acordadas – ou que pelo menos deveria ser – para que sejam vividas sob harmonia.

A infidelidade e a traição corresponde ao descumprimento de uma cláusula do contrato matrimonial.

O que caracteriza a infidelidade?

Infidelidade se caracteriza pela quebra de um acordo feito entre o casal, que pode abranger combinados financeiros, limites das relações com familiares e amigos, exposição e conversas em redes sociais, entre outros.

Por exemplo, se o combinado do casal é juntar dinheiro para comprar uma casa e um dos cônjuges gasta-o escondido, isso caracteriza uma infidelidade, já que um acordo foi rompido.

O que é traição?

A diferença entre infidelidade e traição, é que a ultima inclui uma terceira pessoa na relação, mesmo que virtual.

Vale ressaltar, que dentro de uma visão da terapia sistêmica, o surgimento de um terceiro ‘deixa as claras’ uma crise conjugal já existente na vida a dois e por vezes, a traição acaba sendo a ponta do iceberg que traz a tona pautas não abordadas entre o casal.

Outro ponto é a influência da história familiar de cada um na decisão de ser infiel/traidor versus fiel/traído. Se você está vivendo esse cenário no seu relacionamento, sugiro que faça seguinte investigação interna:

  • Como eram os relacionamentos da minha família? Todas as mulheres eram traídas/traiam?
  • Como eram os homens dessa família? Era “normal” casos extraconjugais?
  • E o que geralmente acontecia com a descoberta dos casos? Divórcio, abandono da família, etc.

Ao refletir, poderá perceber uma grande recorrência histórica nas outras gerações. Se a resposta for sim, você e seu cônjuge podem estar repetindo um padrão familiar disfuncional sem se dar conta. Com a ajuda de um especialista, é possível promover um ambiente de acolhimento, perdão e auto perdão e quebrar ciclos históricos geracionais.

Pontos a serem observados

Você já ouviu o ditado “O combinado não sai caro”?

Quantas vezes casais se unem em matrimônio sem conhecer as opiniões do parceiro sobre temas essenciais como sexo, filhos e valores fundamentais? O período anterior ao casamento é o momento ideal para discutir esses pontos, mas caso isso não tenha ocorrido, uma boa conversa a dois pode ajudar a aliviar muitas dificuldades.

O terapeuta que acompanha o casal pode reservar sessões específicas para facilitar a elaboração de um contrato matrimonial, onde serão estabelecidos temas relevantes para a vida a dois, garantindo que ambos estejam alinhados.

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